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Neuro-Oncologia

A Neuro-Oncologia é uma área da neurocirurgia dedicada ao entendimento e tratamento dos tumores do sistema nervoso, e dos problemas associados ao câncer como a dor de origem oncológica. Para esse fim, utiliza-se de refinadas técnicas cirúrgicas e de neuroimagem que permitem um diagnóstico preciso e tratamento eficaz.

Os tumores cerebrais podem se originar de elementos neurais do cérebro (tumores primários), ou representar uma disseminação de um câncer localizado em outra parte do corpo (tumores secundários). Os gliomas, metástases, meningiomas, adenomas de hipófise e neurinomas do acústico são os tumores mais comuns e representam 95% de todas as neoplasias cerebrais.

A apresentação clínica mais frequente de um tumor cerebral é o surgimento de um déficit neurológico progressivo (68%), normalmente fraqueza motora, dor de cabeça (54%) e crise convulsiva (26%). Outras queixas comuns incluem: náuseas, vômitos, confusão mental, vertigem, alterações visuais e zumbido.

A cefaleia associada a presença de um tumor cerebral normalmente apresenta as seguintes características:

  • Pior no período da manhã (ao acordar)
  • Associada a vômitos (com ou sem náuseas)
  • Piora com tosse e esforço físico
  • Início recente e piora progressiva

Cirurgia guiada por Estereotaxia: A estereotaxia pode auxiliar na ressecção de tumores cerebrais, servindo como um sistema de navegação. Na Estereotaxia é utilizado um programa dedicado de computador para processar imagens de tomografia computadorizada e ressonância magnética, e criar um mapa tridimensional com coordenadas do crânio e cérebro. Através desse mapeamento em três dimensões é possível, para o neurocirurgião, navegar com precisão milimétrica através de estruturas cerebrais e planejar uma cirurgia ou realizar uma biópsia com segurança e exatidão. Essa técnica é particularmente útil na localização de lesões pequenas ou situadas em regiões profundas do cérebro (tálamo, tronco cerebral).

Biópsia Estereotáxica: A biópsia é um procedimento cirúrgico onde é removida uma pequena parte do tumor para confirmação diagnóstica. O material retirado é submetido à análise microscópica por um patologista que determina o tipo de tumor. Nesse procedimento é realizada uma pequena incisão na pele, abertura de um orifício no crânio e inserção de uma agulha de biópsia até o alvo desejado.

Microcirurgia: Na microcirurgia o neurocirurgião utiliza visão microscópica aliada a técnicas e instrumentos refinados para a ressecção de um tumor. Isto permite remover tumores cerebrais com maior segurança, sem comprometer o tecido cerebral saudável. Para abordagem dos tumores é necessária a realização de uma craniotomia. A craniotomia é a remoção cirúrgica de uma pequena parte do osso do crânio para exposição do cérebro. A neuronavegação e o uso do aspirador ultrassônico podem auxiliar na localização intra-operatória e remoção de tumores cerebrais.

Algumas ferramentas sofisticadas de mapeamento cerebral podem melhorar a segurança e efetividade da cirurgia, permitindo a localização de áreas do cérebro responsáveis por determinadas funções (fala, compreensão, movimentação, sensibilidade entre outras). O mapeamento cerebral é importante na identificação das margens dos tumores, permitindo diferenciar entre lesão tumoral, edema e tecido cerebral normal.

As técnicas para mapeamento cerebral incluem:

  • Estimulação cortical
  • Ressonância magnética funcional
  • Monitorizarão nervosa intra-operatória
  • Neuronavegação
  • Potencial evocado